QUE NOVELA !

E por falar em novelas, felizmente não as vejo há uns bons anos, acho que quase dez...mas de vez em quando ao passar em frente à TV ligada em restaurantes ou shopping centers, lá estão as pessoas hipnotizadas pelos folhetins de baixo nível ambientados em mansões milionárias e empresas multimilionárias, envolvendo casais em traições escancaradas, irmãos em competições desleais, amigos em disputas sangrentas, todos juntos interligados na trama de valores absolutamente deturpados, espelhando uma classe social da qual muitos têm inveja por não conhecer seu lado podre e sem glamour.

Estas tramas que antes eram mais românticas e sonhadoras e tinham a luxúria como pano de fundo, pinceladas aqui e ali nos encontros dos personagens, cada vez mais trazem a dita luxúria para o foco principal, mostrando cenas de sexo que fariam corar nossos pais e avós e valorizando cenas onde a desonestidade, a falta de caráter e a ganância desmedida passaram a ser obrigatórias, como se esses fossem os reais valores que nossos filhos precisam aprender para ‘se dar bem na vida’.
Sentam-se todos no sofá da sala para assistir a novela, com muito interesse no novo capítulo, para saber se a personagem matou a outra, se o marido encontrou a esposa com o amante, se o mocinho da história escapou do acidente de carro e assim, com o recheio de propagandas de todos os tipos de produtos que são oferecido nos intervalos, deixando muita gente deprimida por não poder comprar uma TV de 50’, um I-Phone ou um Audi, as pessoas passam suas horas alimentando a mente com mensagens diretas e sub-liminares que as alienam cada vez mais dos reais valores.

Com o falso pretexto de retratar a sociedade como ela é, afundamos cada vez mais no lamaçal de corrupção, traição, desrespeito e falta de amor verdadeiro espelhados nas novelas, contanto que nossa calça jeans seja da marca da personagem, nossos sapatos sejam daquela loja da moda, nosso carro seja igual aquele importado que o mocinho, quase um ladrão declarado usa ou outros acessórios que só por estarem na novela passam a ditar moda no país inteiro; de cortes de cabelo a cor do esmalte das unhas, tudo é pensado como marketing para trazer a emissora o lucro-retorno do investimento feito na trama das 9.

E nossos jovens (e velhos e crianças) como carneirinhos obedientes, sem suspeitar da manipulação, seguem alegres e despreocupados copiando os modelos que vêem na TV para não se sentirem excluídos da sociedade e da moda.

Quando um deles se descontrola e comete atos insanos e violentos, passa a ser objeto de estudo de variados tipos de profissionais e nem sempre nos lembramos de observar que tipo de alimento espiritual e moral estamos fornecendo a esses jovens e crianças.

Se o exemplo não partir de nós, nossa sociedade baseada em falsos valores acabará por devorar o que resta de pureza e amor ao próximo, valores reais que poucos cultuam nos dias atuais.


Os programas que fazem apologia a violência só existem por que gostamos de assisti-los, as novelas-quase-filme-pornô também. Os filhinhos de papai que mentem, roubam, enganam e no fim ganham um celular super moderno ou um carro novo, como prêmio por fazerem seus deveres na escola e passarem de ano, são fruto desta falta de valores coletiva.
Não que nossa sociedade devesse cultuar o falso puritanismo, voltar aos muros dos conventos, abster-se de sexo ou abolir o capitalismo... nada disso.

Mas onde está o ensino da competição leal e honesta?
Onde está o respeito ao semelhante, o relacionamento que valoriza o outro com amor e cuidado?
Onde estão as famílias unidas em torno de um propósito maior?
Onde estão os sinais de uma sociedade evoluída, justa e baseada em sólidos valores que não beneficiam apenas um, ou um pequeno grupo, mas o todo, a maioria?
Onde está a justificativa de tanta desigualdade, tanta fome, tanta solidão?

Já parou pra pensar que quanto mais dinheiro se tem mais se gasta e mais se procura gastar?
E daí? você vai dizer, eu quero mais é gastar, gastar é tão bom!!! Mas, indo um pouco mais além, veremos que gastar, gastar, gastar não fará com que a pessoa se sinta necessariamente feliz.

Chega um momento na vida em que cada pessoa procura esse sentimento de felicidade que não vem anexado ao dinheiro.
Momentos bons e agradáveis podem ser comprados pelo dinheiro, sem dúvida. Uma viagem dos sonhos, uma casa linda, etc, etc. com certeza isso é bem melhor do que um papelão para dormir no meio da rua.

Mas só a viagem e a casa não são suficientes para fazer uma pessoa feliz. Mesmo uma pessoa considerada pobre, sem dinheiro, pode sentir-se muito mais feliz do que alguém rico.

Pois é, esse é o segredo: SENTIR-SE FELIZ. Tudo vive em nosso interior e baseia-se em nossos verdadeiros valores.
Por isso o CONHECIMENTO tem o papel de nos libertar de falsos conceitos e valores escravizantes e obsoletos que, em última instância só nos fazem sofrer e atrasar nossa evolução.

Se direcionarmos a mente para os valores universais, para aprender no dia a dia a nos superar, praticar ações justas, respeitar o semelhante, conhecer um pouco mais a respeito das verdades eternas que estão presentes neste planeta por milênios, nossa vida com certeza será diferente e o sofrimento por ‘ter ou não ter’ determinadas coisas materiais vai aos poucos sendo substituído por um sentimento de serenidade e calma e o entendimento termina por nos levar a um patamar completamente diferente onde encontramos respostas e cada vez mais PAZ!

“CONHECEREIS A VERDADE E ELA VOS LIBERTARÁ”

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